10 de jun. de 2014

OS DOIS SEGREDOS DE J. WINNFIELD


INT. CAFETERIA. FIM DE TARDE

Julio, um rapaz de cabelo cacheados, aparentando 35 anos, com barba por fazer, lê o jornal em uma cafeteria de São Paulo às vésperas da Copa do Mundo. Quando está dobrando o jornal, Rimini, magro e alto, com um ar enigmático no rosto, chega à cafeteria. Ele senta em frente a Julio e fica olhando fixamente pra ele.


– O que temos pra hoje? – pergunta Rimini olhando para os lados..

– Caramba, Rimini, vai ter mesmo uma Copa no Brasil... Quem diria?

– Vamos ver se essa Copa acontece mesmo. Com todas essas prostitutas e baladas, quero ver se os jogadores vão mesmo aguentar jogar bola. Aqui, tudo pode acontecer...

– Pois é... Pô, tomara que não derretam a taça outra vez. Imagina a vergonha na festa da vitória.

– Eu sei onde a Jules Rimet foi parar.

– Eu também, ela foi derretida. Acabei de falar.

– Isso é o que eles querem que a gente pense...

– Eles? Eles quem? Por que você sempre fala desse jeito, como se alguém comandasse o mundo?

– Shhhhh. Faça silêncio se não eles escutam...

– Tá bom, tá bom. Mas você sabe mesmo o que aconteceu?

– Eu não... Mas eu sei quem sabe.

– Quem?

– Quentin Tarantino! – grita.

– O cineasta ou mais um daqueles seus amigos com apelidos esquisitos?

– O cineasta, claro.

– Como assim?

– Você me decepciona... Quantas vezes você assistiu Pulp Fiction? 5, 10?

– Umas 12, gosto da cena do Royale Cheese.

– É um merchan, sabia?

– Magina!

– Pois é... Mas isso é assunto pra outro dia...

– Tá, mas o que isso tem a ver com a Jules Rimet?

– Ainda não fez a conexão? Tsc, tsc... Qual o maior segredo do filme?

– Sei lá, tem o anormal enjaulado, o brilho da maleta...

– (Interrompendo) O brilho da maleta! Bravo!

– Então os caras estão com a taça Jules Rimet na maleta, é essa sua teoria?

– Minha não! Você sabia que o Tarantino veio pro Brasil entre o Cães de Aluguel e o Pulp Fiction pra Mostra de São Paulo? Foi até no Mercearia São Roque...

– E dai?

– Deve ter conhecido a história! Quem não quer um elemento narrativo desses prum filme?

– Ainda acho que está viajando.

– Ah, é? Como se chama o personagem do Samuel Jackson no filme, meu caro?

– Hummm... Peraí... Vincent Vega?

– Não, não... Esse é o Travolta, porra. E olha que o cara é seu xará.

– Ah é. É Jules... Jules! – Relembra surpreso.

– Caramba, porque ele chama bem Jules com tanto nome por aí? Por que será que ele escolheu bem esse? É meu amigo... E o sobrenome, você sabe?

– Não, não tô lembrado...

– Pois é, e é aí que mora o perigo: Winnfield... Win-in-field, my friend. O que se ganha no campo? – Dá um tapa no ombro do amigo e vai se pra prepara para ir embora. Diante do olhar estupefato do amigo, sai assoviando a música Stuck in the Middle with you.





(TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)

13 de set. de 2010

Amor universal

Em 1973, assustado com a velocidade da informação e o afastamento das pessoas, Adriano Celentano criou uma espécie de código que significa Amor universal. Assim, diante da crescente dificuldade de se comunicar, sempre teríamos uma carta na manga para expressar o nosso amor e otimismo em relação ao outro. Hoje, mais de vinte anos depois, a situação continua semelhante. Esse espaço quer apenas relembrar a incomunicabilidade tão presente em nossas vida.

prisencolinensinaiciusol é a senha. use-a:

1 de set. de 2010

Alceu X LCD

Tirem as conclusões, mas eu acho que isso é plágio. eu não consigo escutar a primeira sem lembrar automaticamente da segunda:


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


tuveeeeeeeeeeeeeenstuveeeeeeeeeeeeenssssss


11 de ago. de 2010

tutorial: crase (é melhor se omitir)

A crase é, simplificando, a fusão de duas vogais idênticas. Quando isso acontece -- essa contração --. é preciso identificá-la com o acento grave. A maioria das pessoas, no entanto, mete crases em qualquer lugar, sem pensar muito. Caso não saiba usar, não tem problema (mentira, tem problemas sérios), admita e só a use quando tiver certeza absoluta do que está fazendo.

Não há nada mais feio que uma crase inserida a fórceps em sentenças como se vê por aí, principalmente em épocas do horror chamado "mídias sociais", onde só nos sociabilizamos com o teclado. E devemos respeitar, ao menos, o teclado!

Nunca use crase em:

"à todos": é a pior de todas.
"à partir": o horror, o horror

Não vou ficar exemplificando aqui, pra isso serve o google. Se quiserem mais dicas, usem o campo de comentários.

27 de jul. de 2010

Tutorial: como acabar com problemas sociais

Como acabar com três problemas sociais no Brasil (educação, trânsito e homeless): já que a educação é tão ruim, o negócio é só acabar com as escolas e colocar os sem-teto para morar nelas; consequentemente o trânsito ficará melhor, sem peruas, as SUVs e as mães, seria um eterno mês de julho...

Tutorial: nunca use abreviações

Sei que estamos no ambiente mais sem regras do planeta. Nem na época pré-monolítica se aprontou tanta barbaridade como as que ouvimos falar. É só pornografia.

O grande problema da internet, no entanto, está longe de ser esse. Nada é mais baixo e causa mais confusão que a proliferação das abreviações que vemos por aí.

Para explicar o tanto de coisas ruins que podem ser gerados pelas malditas abreviações, esse tutorial limita-se a publicar um diálogo que tive agora há pouco com um sujeito, cuja a identidade será preservada.

Eu: E aí, tudo bem?
XX: oi, td e com vc?
Eu: Agora estou um pouco enjoado!
XX: pq?
Eu: Sei lá, pensando na brevidade da vida...
XX: E o q c vai fz em relação a isso?
Eu: Acho que nada, tirar umas férias...
XX: RSRSRS
Eu: Que que tem lá?
XX: o q?
Eu: Que que tem no Rio Grande do Sul?
XX: Do q vc tá fldo?
Eu: Eu falei que queria tirar umas férias e você me sugeriu o Rio Grande do Sul, não foi isso?
XX: KKK
Eu: O que? Quer que eu entre pra Klun Klus Klan?
XX: KKKKKKKKKKKKK
Eu: Cara, você é perigoso.