13 de set. de 2010

Amor universal

Em 1973, assustado com a velocidade da informação e o afastamento das pessoas, Adriano Celentano criou uma espécie de código que significa Amor universal. Assim, diante da crescente dificuldade de se comunicar, sempre teríamos uma carta na manga para expressar o nosso amor e otimismo em relação ao outro. Hoje, mais de vinte anos depois, a situação continua semelhante. Esse espaço quer apenas relembrar a incomunicabilidade tão presente em nossas vida.

prisencolinensinaiciusol é a senha. use-a:

1 de set. de 2010

Alceu X LCD

Tirem as conclusões, mas eu acho que isso é plágio. eu não consigo escutar a primeira sem lembrar automaticamente da segunda:


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


tuveeeeeeeeeeeeeenstuveeeeeeeeeeeeenssssss


11 de ago. de 2010

tutorial: crase (é melhor se omitir)

A crase é, simplificando, a fusão de duas vogais idênticas. Quando isso acontece -- essa contração --. é preciso identificá-la com o acento grave. A maioria das pessoas, no entanto, mete crases em qualquer lugar, sem pensar muito. Caso não saiba usar, não tem problema (mentira, tem problemas sérios), admita e só a use quando tiver certeza absoluta do que está fazendo.

Não há nada mais feio que uma crase inserida a fórceps em sentenças como se vê por aí, principalmente em épocas do horror chamado "mídias sociais", onde só nos sociabilizamos com o teclado. E devemos respeitar, ao menos, o teclado!

Nunca use crase em:

"à todos": é a pior de todas.
"à partir": o horror, o horror

Não vou ficar exemplificando aqui, pra isso serve o google. Se quiserem mais dicas, usem o campo de comentários.

27 de jul. de 2010

Tutorial: como acabar com problemas sociais

Como acabar com três problemas sociais no Brasil (educação, trânsito e homeless): já que a educação é tão ruim, o negócio é só acabar com as escolas e colocar os sem-teto para morar nelas; consequentemente o trânsito ficará melhor, sem peruas, as SUVs e as mães, seria um eterno mês de julho...

Tutorial: nunca use abreviações

Sei que estamos no ambiente mais sem regras do planeta. Nem na época pré-monolítica se aprontou tanta barbaridade como as que ouvimos falar. É só pornografia.

O grande problema da internet, no entanto, está longe de ser esse. Nada é mais baixo e causa mais confusão que a proliferação das abreviações que vemos por aí.

Para explicar o tanto de coisas ruins que podem ser gerados pelas malditas abreviações, esse tutorial limita-se a publicar um diálogo que tive agora há pouco com um sujeito, cuja a identidade será preservada.

Eu: E aí, tudo bem?
XX: oi, td e com vc?
Eu: Agora estou um pouco enjoado!
XX: pq?
Eu: Sei lá, pensando na brevidade da vida...
XX: E o q c vai fz em relação a isso?
Eu: Acho que nada, tirar umas férias...
XX: RSRSRS
Eu: Que que tem lá?
XX: o q?
Eu: Que que tem no Rio Grande do Sul?
XX: Do q vc tá fldo?
Eu: Eu falei que queria tirar umas férias e você me sugeriu o Rio Grande do Sul, não foi isso?
XX: KKK
Eu: O que? Quer que eu entre pra Klun Klus Klan?
XX: KKKKKKKKKKKKK
Eu: Cara, você é perigoso.

26 de jul. de 2010

Europa

A vida sem TV a cabo tem suas particularidades. Quando estou trabalhando em casa, às vezes deixo a TV ligada em um canal qualquer. Não raro, deparo-me com o Datena dentro da minha casa gritando alguma coisa. Normalmente nem me viro para descobrir o assunto, continuo vidrado no computador escrevendo, entrando no facebook e pensando em como ir embora desse país o mais rápido possível. Nunca tinha parado pra pensar nisso, mas não ter TV a cabo te faz quer ir embora do país no mesmo instante - claro que a violência propagada pelo Datena e seus similares ajuda um tanto.


22 de jul. de 2010

inverno

Júlia entra no bar que mais parece um restaurante. De longe não posso ver direito seu rosto, mas a maneira como se esquiva das mesas e pessoas é inconfundível. Não há muita luz no ambiente. Ao meu lado pessoas conversam sobre essências, mas não há nada no ar além de fumaça de cigarro. Dou uma bicada no uísque e uma estranha sensação se desenvolve em mim. De repente, preciso tirar a malha de lã que me sufoca os sentimentos. Júlia está contornando pessoas em minha direção. “No inverno os cheiros ficam mais acentuados”, escuto enquanto tento cadenciar novamente a respiração.

Uma rajada de frio gela meu corpo desprotegido. Ela parece demorar mais do que o habitual para transpor a barreira de mesas que nos separam. A palpitação parece tentar me dizer algo. A ansiedade me enjoa. Olho ao redor e evito acompanhá-la com o olhar. Fito garotas bem vestidas e os recháuds flamejantes que enfeitam suas mesas. Quase todos vestem calças jeans. Só as pontas de meus pés tocam o chão por debaixo da cadeira e me controlo para que não tremam.

A mão quente de Júlia toca o ombro e levanto-me num milésimo para abraçá-la. Grudamos nossos corpos e meto a cara em seu cachecol ao procurar sua nuca. Sorrimos meio envergonhados. Afasto-me para olhá-la com mais precisão. Não há muita luz no ambiente, mas sua pele morena brilha no mesmo instante em que coloca as mãos nos bolsos do sobretudo bege. “Você não está com frio”, diz com certa estranheza. Finjo que não e sentamos ao mesmo tempo. Começamos em silêncio. Penso perguntar por que ela cortou a barra da calça jeans assim, mas não o faço. “Uma soda diet, por favor”. Não gosto quando usa dourado... Acho que o prata se ajusta aos seus cabelos negros ondulados. “OK, vou por a blusa, não quero que sinta aflição”.

Pego em sua mão que agora está fria por causa do copo com gelo. “Júlia...”, começo, “...Você sabia que o Chanel Nº 5 usa uma secreção retirada dos testículos de gatos selvagens como fixador?”. Ela ri e fica um pouco mais à vontade e pensa como eu sei esse tipo de coisa. A bebida de meu copo acaba e espero o garçom para conseguir um refil. Escuto mais uma vez por que me deixou. Num pequeno palco uma voz feminina surge entoando versos em português. Talvez uma música de Cássia Eller ou ainda de Marina Lima. Olhos marejados e garganta seca.

Júlia deixa o pescoço à mostra e posso ver o topo de seu colo. “As fragrâncias influenciam diretamente na motivação emocional de cada um”. O seu perfume atravessa a mesa e desencadeia um doloroso processo de abstinência. Queria repudiar seu odor, mas sou tão viciado quanto um político que ama o poder. Miro em seu olhar culpado e desgostoso. Mais uma vez sorrio nervosamente. Não sei o que lhe dizer ou como me expressar. Podia lhe ofertar um buquê de rosas brancas ou gérberas vermelhas, mas de que adiantaria? Prefiro não chorar e apenas insisto em perguntar. Não há desprezo ou melancolia. Certamente seremos amigos e nunca mais cozinharemos um para o outro.

Levantamos e agora tudo perde o sentido. Os significados daqueles cheiros nunca mais serão sinônimos de alegria e gozos viscerais. Serão sobras de uma longínqua e confusa história que acaba em meio a vinhos tintos e fondues de queijo; resquícios de uma noite mal acabada entre cigarros e lavagens estriadas em calças de estranhos; uma triste certeza de que estaremos sempre condicionados a lembrar de um encontro perfumado de dor. Ela sabe que é melhor ir embora e eu não digo nada.

Prefiro não lhe falar tchau e apenas meto a cabeça entre as mãos e fico só com o aroma invisível ao meu redor. Bebo mais um uísque, que me invade pelas narinas, e me livro da blusa antes de ir embora. Penso chamar um táxi, mas a madrugada oferece uma solitária calçada. Ao caminhar o frio congela minhas orelhas e resseca o meu nariz por dentro. Sorrio com verdade pela primeira vez em alguns dias. Livre de florais, cítricas ou amadeiradas sensações de mal-estar.

revisitando asterix

um javali por piedade.

21 de jul. de 2010

clínica da cultura

Esse é o segundo nome da pós que venho cursando há um ano e meio na Puc-SP. Ou será no Cogeae? A beleza de se estudar na pontifícia é justamente isso. Sempre existe aquela estranha sensação de que algo está fora do lugar, mal resolvido. É um espelho da vida, da condição humana e por isso apaixonante.

Depois do colégio, nunca estudei em outra instituição – salvo alguns cursos de tiro curto aqui e ali –, e nem quero! Lá tudo funciona como uma maria-fumaça onde todos os envolvidos precisam ajudar na hora de lançar enormes toras de madeira ao fogo, senão a coisa realmente fica parada.

Quando, em uma mesa de bar, ouço alguém falar de outras universidades, não raro, me faço de enjoado. Discuto, grito, enalteço as qualidade da faculdade "mais legal do mundo" e maldigo todas as outras citadas. Bebo cerveja e fumo alguns cigarros na calçada e volto para explicar por que aquela bagunça toda me faz acreditar num futuro melhor. Inevitavelmente sou alvejado com críticas pessoais, agressões gratuitas, e mandam-me praquele lugar.

No entanto, quando volto à Puc, depois de faltar umas duas semanas, sou acolhido pelo seu caos como uma mãe que recebe um filho depois de um ano servindo o exército brasileiro. Logo logo, é claro, nossa relação volta ao normal e me afasto por mais duas semanas, mas não sem antes beber e fumar aos montes em botecos paulistanos!

Ah, o primeiro nome da minha especialização é Semiótica Psicanalítica, e você pode conhecer melhor esse curso clicando aqui e aqui. Recomendo fortemente!

Tutorial: como descobrir palíndromos?

Pouca gente sabe que existe algo chamado "síndrome do palindromista". Quem tem, no entanto, sabe bem do que estou falando. Mais do que uma simples doença, é uma obsessão que se faz presente a todo momento. Por isso, uma dica, se você não quer contraí-la, é melhor parar de ler essa postagem agora. Não que ela seja automaticamente transmissível, mas é um risco, pois sua percepção sígnica nunca mais será a mesma.

O nome desse tutorial é "como descobrir palíndromos?". A palavra descobrir está aí, pois as os palíndromos já existem, só precisam ser organizados e causar a feliz epifania no desbravador da língua. Muitos são os relatos de pessoas que julgavam ter "criado" uma frase palindrômica e depois de uma busca rápida no google perceber, enrubescido, que uma miríade de pessoas já tinham reorganizado aquelas palavras e criado a sentença espelhada.

Então, meu caro leitor, o caso aqui não é lutar por uma autoralidade, mas sim exercitar sua capacidade de lidar com algo novo.

O primeiro passo é escolher uma palavra sem duplas consoantes. Elas só devem ser utilizadas no meio das frases palindrômicas.

Para facilitar, peguemos um palíndromo curto e clássico (e que foi um dos que achei que tinha descoberto). Claro, trata-se de um palíndromo sedutor, já que envolve a palavra "caos", um tanto sugestiva quando se está obcecado.

Então temos o CAOS. O que fazer?

A primeira atitude é invertê-la e ver no que dá: SOAC.

Se não vejamos: rapidamente a palavra SOA destaca-se e deixa o C avulso: SOA C.

Já sabemos como a frase começa e termina: SOA e CAOS, e que temos um C que precisa ser utilizado aí no meio.

Agora é preciso começar a pensar em qual palavra poderia encaixar-se aí. Existem palavras que costumam servir muito bem nesse estágio: ESSE, por exemplo, pois é um palíndromo natural. Nesse caso, no entanto, ela não nos ajuda em nada, a não ser que queiramos dizes SOA CESSE CAOS, o que não faz muito sentido.

A palavra COMO, por outro lado, logo aparece como uma grande opção.

Enfim, temos SOA COMO CAOS. Uma bela e simples frase de duas vias.

Mas esse é só um exemplo. Preste atenção no que está ao seu redor. Se por ventura você está procurando apartamento, vai se deparar com muitas placas de ALUGA. Que tal invertê-la e descobrir uma ótima sentença: A GULA ALUGA.

Bom, as dicas já estão aí, agora é se divertir tentando achar frases com essa característica. O primeiro sintoma de que a síndrome já se estabeleceu será ficar feliz ao ver o relógio marcar 20:02.

Se quiser saber mais sobre o tema, leia a excelente matéria na piauí, clique aqui.

20 de jul. de 2010

Três pensamentos

No meio da papelada não consigo encontrar o rascunho. Tenho a certeza de que está em algum lugar por aqui. Na cozinha, na cozinha. Não. Acho que olhei os desenhos enquanto tomava café em frente à tevê. Às vezes parece que estou sob o efeito de barbitúricos. Não consigo organizar minha memória recente de maneira inteligível. Preciso relacionar uma lembrança a outra continuamente. Tenho certeza que deixei por aqui. Fui até o quarto depois do café e lembrei de Joana ao olhar para o quadro na parede. Ao lembrar de Joana pensei também em Carina automaticamente e me interessei pelo seu desconhecido paradeiro. Preciso usá-lo como exemplo na aula de hoje. O toque do telefone dispara três vezes e quase escorrego no tapete ao correr para atender. Carlos não entende minha aflição, mas confesso que não demonstrei o quanto o sumiço do desenho me preocupa.

Carina sumiu, assim como meu desenho. Ah, pode ter caído atrás da penteadeira. O quadro foi presente de Joana. Ou melhor, compramos juntos há uns três anos atrás. Eu estava de blusa de lã cinza e ela usava uma jaqueta jeans sobre cashmere vinho. Provavelmente discutimos sobre qual moldura acompanharia melhor a gravura. Em sua jaqueta ela usava alguns broches de bandas dos anos oitenta. Eu odiava isso. E deveria ter dito antes, não apenas quando brigamos definitivamente. Soou como uma agressão despropositada. Com Carina aconteceu o mesmo. Sempre que penso em uma, a outra me vem à lembrança automaticamente.

O desenho evaporou. Tento achá-lo dentro do armário, mas ele sumiu. Fico até um pouco enjoado só em pensar nos dias que precederam o sumiço de Carina. Tentava me alimentar, mas tudo tinha o mesmo gosto. Era como se eu estivesse sob um efeito de barbitúrico que me fizesse sentir gosto de madeira em qualquer coisa que levasse à boca. Pelo menos produzi muito naqueles dias. Na cozinha? Não, eu já estive lá... Foram três dias sem sentir o gosto de nada. Nem o café descia direito. Ajeito o tapete que está desarrumado e volto ao quarto. Foi aqui que tudo acabou. Em cima dessa cama.

Não consigo organizar os pensamentos de forma inteligível.

O telefone toca, e Carlos me diz que achou minha pasta na sala de aula. E o rascunho está dentro. Claro! Deixei lá para não correr o risco de esquecer... Mas no que é que eu estava pensando?

almoço



pesto, pasta de tomate seco, azeite grezzo, pasta, tomate fresco, azeitonas pretas, queijo meia-cura...

Diálogo 3h23

— O que é essa falha na sua barba?

— É uma falha, ué.

— Mas é muito grande...

— Diga algo que eu não sei.

— Não te incomoda?

— A idéia é que me incomode... É meu principal defeito... Mas isso é bom!

— Como pode ser bom?

— Faz com que eu não repare no resto, nos outros defeitos... Não me sinto tão feio.

— Você é bonito!

— Não...

— Me dá um cigarro.

— Você não devia fumar.

— Olha quem fala...

— Eu fumo pra esquecer essa falha na minha barba. Esse defeito irremediável e inexplicável.

— Mas você é tão bonito.

— Eu estou ficando velho, me sinto com mais de trinta anos.

— Você tem trinta e dois, não é?

— É, mas eu sempre me sinto uns cinco anos mais novo.

— Que ridículo isso.

— Você poderia parar de me encher um pouco.

— Você poderia me beijar logo...

— Você não deveria querer me beijar.

— E você deveria querer fazer amor comigo agora.

— Ah, coloque um disco pra tocar e cale um pouco a boca.

— Você não quer trepar?

— Você não deveria querer trepar comigo.

— Mas eu quero.

— Não quer, eu apenas estou escrevendo isso. É uma vontade minha que eu coloco no papel, mas você não quer.

— Então está dando certo, pois estou muito excitada e com vontade de fumar.

— Não, eu que quero que você fume e tire a roupa para mim, você nunca teve nem nunca vai ter vontade de dar pra mim.

— Mas eu estou aqui, não estou?

— Não, claro que não.

— Onde eu estou?

— Está sentada num banco de praça, lendo uma revista.

— E você?

— Eu estou aqui, no meu escritório, passando a mão na falha da minha barba.

— Você me conhece?

— Nos já nos vimos algumas vezes, sempre na hora do almoço.

— Naquele restaurante na esquina da Inácio Pereira da Rocha com uma rua que não lembro o nome.

— É, eu sempre almoço lá.

— Eu sei.

— E depois vou até a pracinha em frente à Fnac...

— E senta num daqueles bancos, pra ler alguma coisa. Pode ser um livro, uma revista... É onde está agora.

— É, como você sabe tudo isso.

— Eu te vejo no restaurante e às vezes na pracinha. Às vezes nos dois lugares, eu ando sempre por ali.

— Você me segue?

— Não, quer dizer, às vezes você me guia durante a digestão...

— Eu acho que já te vi, não sei onde...

— É, nunca reparou de verdade em mim...

— Mas você vai me comer ou não?

— Ainda não sei, não é assim que se decide o desfecho de uma história...

— Mas você me deixou com tesão. E eu acho essa falha na barba a coisa mais sexy que já vi.

— Que tal se eu te comer na última página?

— Quantas faltam?

— Umas cem no mínimo.

— Que merda! O que tem antes disso?

— Enrolação... Um pouco de suspense, crises existências e tal...

— E você vai me comer só na última página?

— É uma questão de narrativa isso. Nós ainda não nos conhecemos. Um dia eu vou trombar em você ou puxar papo no banco da praça.

— E por que não faz isso logo?

— Sei lá, seria sem graça. Não acha que merecemos uma história mais complexa?

— Se o sexo for bom, o que importa a história?

— Sei lá... Eu acho que...

— Você acha coisas de mais.

— É...

— Eu vou te esperar amanhã, na praça, OK?

— E o que eu faço com todo o resto? Já escrevi muita coisa até chegar nesse ponto? O tesão que eu escrevi e sua vontade de fumar estão aqui no texto.

— Então me coma! Você criou esse tesão, só falta me foder.

— Eu nem sei seu nome...

— Então invente logo algum nome pra mim. Que tal Raquel?

— Você tem cara de Joana, acho.

— Ótimo.

— Estou obcecado por você.

— Ótimo.

— Vou jogar tudo fora...

— Ótimo.

— Que mania é essa agora?

— Você que criou isso. Sem nome definido: morena, corpo atlético. A principal característica é o positivismo, externado através da palavra “ótimo” em diversas situações.

— Você não deveria ler isso.

— Estava aqui em cima da mesa.

— Quantos anos você tem?

— Me pergunte amanhã, na praça.

— Isso nunca vai acontecer.

— Por quê?

— Vou rasgar essas folhas...

— Por quê?

— Você nunca olhou pra mim antes de eu escrever que...

(pra inaugurar as postagens, nada melhor que um conto muito antigo em forma de diálogo na madrugada)

prisencolinensinainciusol

Sempre fui avesso a blogs. Nunca tive o hábito de ler nenhum, apesar de já ter lido vários mais de uma vez. Diante da nova organização da comunicação, e de sua inevitável condição efêmera (vide os horrorosos twitter e do facebook), fiquei com vontade de começar a escrever. E aqui estou, com o prisencolinensinainciusol, um blog sobre cultura.